Espanha. O terceiro maior produtor de vinhos. Várias culturas, múltiplas expressões gastronômicas e estilos de vinhos. Desde os mais conhecidos com a uva Mestra, a Tempranillo até os menos divulgados e entendidos como os vinhos de Jerez de La Frontera.
Para ter um panorama da Espanha vitícola destaquei cinco sítios que devem ser visitadas com toda a calma possível para quem deseja apreciar a boa mesa e o bom vinho.
Na Itália dificilmente não encontraremos uma região que não produza seu próprio vinho, suas uvas, sua culinária, seu dialeto, enfim, sua cultura. Difícil escolher onde ir.
Estes vinhedos de Nebbiolo estão no Piemonte. Ao fundo o Castelo de Barolo que emprestou o nome para estampar rótulos de vinhos muito famosos.
Optei por pinçar algumas regiões que estão umbilicalmente ligadas aos vinhos. Algumas delas com terroirmitológico.
Escolhi, de sul a norte, opções de variadas uvas e estilos de vinhos.
Nativa do Rhône suas características são singulares, amanteigada, untuosa, floral e perfumada, para mim, no quesito aroma, só tem duas sérias concorrentes, as alsacianas Gewürztraminer e a Pinot Gris.
Esta untuosidade deve-se aos bons índices de álcool e a baixa acidez. Plantados em poucos hectares torna-se um vinho caro, até mesmo para os padrões locais. Aromas de pêssego, tangerina e o famoso toque floral. Podemos classificar seus vinhos emBrancos Frutadose Brancos Aromáticos.
Seu berço é Côtie Rotie, no Rhone Norte. Ali nas encostas do rio Rhône em solos graníticos com invernos moderados a fortes e verões quentes com boa regularidade de chuva as vinhas são plantadas em patamares de costas para o norte a fim de proteger os vinhedos dos fortes ventos gelados.
Vinhedos extremos, vejam a foto.
Para os que não a conhecem em comparação com a Chardonnay, a Viognier tem mais “peso” na boca, em razão de sua característica untuosidade, menos acidez e muito mais aromas. Uma “prima” sua em termos de aromas e paladar é aTorrontésde Salta, Argentina.
Por último o Château Grillet que é região demarcada dentro da região demarcada de Condrieu. Dali, em apenas 3,5 hectares sai o melhor Viognier que este planeta pode produzir. Rico, charmoso, untuoso e com a especial característica de ser seco e levemente adocicado ao mesmo tempo. Aromas que lembrar pêssego maduro e damasco.
Sua baixa acidez e seus aromas marcantes e imponentes combinam na perfeição com os pratos condimentados. Típicos da alta gastronomia de Lyon, como dito bem pertinho dali. Ou mesmo a culinária oriental como a Thai.
ONDE ENCONTRAR A VIOGNIER FORA DO RHÔNE?
Seuterroir predileto é o de regiões com climas moderados, mesmo no verão, com bons índices de insolação tudo para que tenhamos índices razoáveis de acidez natural. Sendo assim podemos destacar de plano.
ÁFRICA DO SUL: Procure os produtores de Stellenbosch. Os frios ventos que varrem o vale mantêm as condições ideais para a Viognier.
NOVA ZELÂNDIA: Como sempre falou e brancos e Pinor Noir de elite mundial, falou da Nova Zelândia. Aqui, procure os produtores do sul da ilha norte ou aqueles localizados na ilha sul. Compre sem medo e receio.
ESTADOS UNIDOS: O frio Oregon é garantia, assim como Nova Zelândia, de brancos e Pinor Noir de alta gama. Compre sem medo um Viognier daqui.
CHILE: Vale de Casablanca há poucos quilômetros ao noroeste de Santiago é referência mundial para vinhos cujas uvas adoram climas amenos com boa insolação no verão, como a Viognier.
Tanto Casablanca como a nova fronteira chilena, a Costa Fria, ou Cool Coast localizada entre o Pacífico e a Cordilheira Costeira. Ali onde desemboca a corrente de Humboldt, a mais fria das correntes marinhas e responsável pela riqueza de frutos do mar do Chile e Peru. Hoje vinhos de alta qualidade vêm dali. Prestem atenção em regiões como Paredones no Vale do Rapel bem perto de Apalta.
ARGENTINA: Os locais mais altos do famoso Cordón de Plata como os patamares deLuján de Cuyoonde há condições para excelentes Viognier.
Vimos, então, que trata-se de uma uva muito diferente. Brancos untuosos e aromáticos com acidez moderada. Não a encontraremos em qualquer local. Esta é uma das uvas que viajam mal, muito mal.
HARMONIZAÇÃO
Certamente a culinária Thai e Indiana com seus condimentos mais do que especiais e únicos terá como companhia ideal os vinhos elaborados com a Viognier. Sua média acidez, seus poderosos aromas combinarão muito bem com estes pratos exóticos.
Começamos apreciando estes lindos vinhedos na Alsácia.
Daqui eu os levarei a um passeio virtual para cinco lugares imperdíveis na França. Principalmente, para quem gosta de vinho e gastronomia. São lugares variados, de norte a sul e de leste a oeste deste que é um dos principais países produtores de vinho.
São locais épicos com vinho e gastronomia muito diferentes entre si. E só escolher.
No mundo do vinho França é França e não tem para ninguém. Sempre que vamos estudar seus vinhos mais e mais surpresas e informações aparecem.
Mais sub-regiões saltam aos olhos. Mais especialização aparece. Mais vinhos especiais surgem e desfilam pela nossas bocas ávidas em experimentá-los. Mais elegância, mais maridaje/combinações surgem com delícias postas na nossas mesas.
A ideia de escrever um livro sobre os vinhos doces foi ajudar a eliminar o preconceito que muitos têm com este estilo de vinho. Os vinhos doces e os roses são os que mais sofrem. Uns acham “doces” demais outros pensam que são vinhos menores (doces e roses). Deus eles não sabem o que falam e outros, simplesmente passam por eles se despertar a menor atenção.
Ao estudar mais sobre este estilo (vinhos doces), eis que me deparo com a recém criada sub-região de Bordeaux, Sweet Bordeaux ou Bordeaux Doce. Vejam a foto acima. Para mim o Creme dos Cremes do estilo.
Que dizer da Chenin Blanc? Versátil, maravilhosa e única. Nascida no Loire Central, França e perfeitamente adaptada na África do Sul.
Junto com a Chardonnay são as brancas mais versáteis. Encontramos esta uva, desde os espumantes, como o Vouvray no Loire até os vinhos Late Harvest onde ela nos concede uma aroma de marmelo inconfundível.
Perambula, ainda, na Argentina, Chile e Oceania. Mas no seu berço e na adotiva África do Sul explode em esplendor.
Vinhedos de Chardonnay com a vila de Chablis ao fundo, uma pequena Comuna cerca de 100 Km a noroeste de Dijon (extremo norte da Borgonha).
A Chardonnay nativa da Borgonha. A uva branca mais plantada no mundo pela sua versatilidade e qualidade. Nos brinda com vinhos doces, tranquilos e é a coluna vertebral dos espumantes e champagnes.
É a casta branca mais apreciada e plantada no mundo todo. Para muitos a única uva branca que conhecem e gostam. Normal, se pensarmos que a cada 10 vinhos brancos consumido no mundo agora 7 sejam feitos desta casta.
Estes lindos vinhedos na Côte D’Or com Nuits-Saint-Georges. Ponto de partida para conhecer o berço da Pinot Noir.
Veremos com calma nesta publicação quais os melhores sítios para esta casta. Aqui repito o recado dado na publicação anterior. Todos os amantes da bebida de Baco e que gostam da Pinot Noir devem compartilhar um vinho de estirpe para entender até onde chega esta uva.
A Pinot Noir manhosa como só ela. Dizem que Deus criou a Cabernet Sauvignon e o diabo a Pinot Noir pela canseira que dá nos produtores. Mudanças climáticas não são bens vindas.
Utilizada no corte clássico do champagne com a prima Pinot Meunier e a Chardonnay. Espalhada pelo mundo, mas é aqui que alcança o esplendor.